Cinco indies jogados por cinco jogadores diferentes é o que temos para ti esta semana. Damos as boas vindas a mais caras novas à equipa para nos ajudar com os indies da ID@Xbox, e ainda temos um regresso breve do Ulisses.
Aery – The Lost Hero
por Hugo JUSTNOONE Lourenço
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
| Género | Aventura
| Estúdio | EpiXR Games
| Publicadora | EpiXR Games
| Preço | 9,99€
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Quando menos é mais. O jogo começa bastante simples com a missão de guiarmos o nosso pequeno herói numa captura de penas pelo mapa. Depressa ficamos completamente imersos numa paisagem descomplicada e uma música calma, guiando o nosso herói pela sua aventura.
Vamos a pouco e pouco explorando os mapas atrás das nossas penas, e ansiosos por seguir com a nossa jornada. O facto de ser um jogo simples, permite-nos descontrair e descomprimir na sua música relaxante e a fácil condução do herói cada vez nos prende mais.
“Aery – The Lost Hero” não promete muito, mas depressa se torna impossível desligarmos e só conseguimos parar quando acaba. Tem 1000GS de Achivements que são, tal como o jogo, bastante simples de conquistar. Basta irmos concluído os vários níveis, 10 no total. Este é daqueles indies curtos, mas simplesmente um jogo que acaba por trazer a nostalgia daqueles tempos em que os jogos eram mais que gráficos e framerates e apenas nos imergiam no seu universo.
Dead Ground
por Cláudio Varandas
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC
| Género | Acção, Estratégia, Shooter
| Estúdio | Shotx Studio
| Publicadora | Desert Water Games LLC
| Preço | 4,99€
Site Oficial
“Dead Ground” é um shooter de ação estilo tower defense de estratégia, com alguns aspectos roguelite e RPG. É um jogo com uma mistura de géneros, no fundo. Basicamente e de uma forma geral, a ação resume-se por o jogador começar por dispor as suas “torres” ao longo do caminho e tentar travar as ondas de mortos vivos, tal e qual o clássico estilo tower defense.
À medida que o jogador aniquila os inimigos, os mesmos largam recursos que podem ser coletados (tal e qual um RPG) e que podem ser trocados na loja por armas ou habilidades para serem usadas em cada nível, níveis esses vão sendo desbloqueados também por troca de recursos. A diferença de este jogo para outros do género é que se morres, GAME OVER, voltas ao início.
O nível da dificuldade o jogo é desafiante e prende o jogador à missão. Recomenda-se fazer os upgrades assim que tiver recursos para tal e usá-los bem. Algo bastante interessante é que cada jogada é diferente, em cada nível existem muitos recursos aleatórios para apanhar bem como armas e bónus, e melhor: boss fights!
A cada passagem de nível, o jogador tem de “viajar”. Nessa viagem existem eventos aleatórios que podem dar bónus ao jogador, no caso de sorte, e, no caso de azar, o jogador pode perder recursos.
Os gráficos do jogo podiam estar melhor. Embora a arte não seja necessariamente feia, os gráficos não ajudam a realçar a mesma. A banda sonora é básica, mas divertida em certas partes.
Algo menos positivo a apontar é a user interface. É terrível com alguns elementos a sobrepôrem-se a outros, não é nada intuitiva para quem chega de novo ao jogo e, no início, o jogador é obrigado a descobrir por onde começar, porque certos menus estão bloqueados e não existe ajuda.
A jogabilidade também não é nada amiga. A experiência foi numa Xbox Series X e a mira não está desenhada para a consola. “Dead Ground” é um jogo que claramente precisava de mais tempo de desenvolvimento. A ação é divertida e viciante, mas tudo o resto à volta precisava de mais trabalho.
Kao the Kangaroo: Anniversary Edition
por Frank LIGHTWARRIOR Alves
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
| Género | Acção, Aventura, Plataforma
| Estúdio | Tate Multimedia S.A.
| Publicadora | Tate Multimedia S.A.
| Preço | 36,99€
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Kao é um um canguru muito simpático que, numa noite muito peculiar, sonha com a sua irmã perdida e tem um vislumbre de algo queprecisa descobrir o que é. Assim começa a viagem do nosso amigo. “Kao The Kangaroo” é um jogo de plataformas 3D, que parece buscar inspirações em famosos jogos de Banjo Kazooie, Super Mario e Crash Bandicoot.
Dotado de um grande aparato de movimentos (pulo duplo, pancada no chão, ataque de cauda e até de um par de poderosas luvas), Kao vai enfrentar muitos inimigos além de plataformas, armadilhas, segredos, terrenos perigosos e até poderosos chefões. Os cenários são muito bonitos, e a trilha sonora muito agradável. Os comandos respondem muito bem e, geralmente, a câmara que sempre é criticada neste estilo de jogo, aqui responde quase que perfeitamente. E para aqueles que gostam de achar todos os caminhos, itens, upgrades e segredos do mapa, a câmara certamente não vai decepcionar. É daqueles indies muito divertidos também nos combates, e tudo fluí muito bem. Mesmo ao enfrentar algumas hordas de inimigos ao socar, pular, esquivar, atirar coisas e até mesmo executar um super ataque, o que te vai tirar de algumas situações complicadas. O jogo deve agradar desde os novatos até os experientes no estilo. Existem desafios mais complicados se o jogador desejar também. Certamente é um título que todo o amante de plataformas deveria experimentar.
Planet of Lana
por Paulo RUFOX Pereira
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One e PC (+Xbox Game Pass!)
| Género | Acção, Aventura, Plataforma
| Estúdio | Wishfully
| Publicadora | Thunderful Publishing
| Preço | 19,99€
Site Oficial
“Planet of Lana” é capaz de ser um dos títulos indies mais aclamados deste ano. Este jogo é uma verdadeira prova de que a arte não tem língua, numa odisseia fora deste mundo. “Planet of Lana” conta a história de uma pequena jovem de nome Lana que de repente se encontra na missão de encontrar e resgatar a sua irmã Ilo após uma invasão de robôs suceder na sua pacata vila, revirando assim a sua vida do avesso.
A jogabilidade deste título é bastante simplificada com um layout de apenas 5 botões. Uma das propostas inovadoras foi a mecânica de companheiro com o fiel felino Mui. Apesar de não ser inovador em títulos indies, é algo novo no estilo sidescrolling 2D, categoria onde o mesmo se insere. Todos os puzzles e desafios que encontras ao longo do teu caminho em “Planet of Lana” têm essa mesma vertente presente. Algo bastante interessante neste jogo, acaba por ser a dificuldade de resolução de problemas também, onde não somos atirados aos lobos logo desde início, mas sim começamos por quebra-cabeças mais simples que se vão desenvolvendo e tornando-se progressivamente mais complexos ao longo da nossa caminhada.
Ao longo da jornada de Lana, acabamos por viajar por vários biomas e cenários com uma beleza fascinante. Algo ainda de valor a mencionar é o trabalho de audio design do jogo que está maravilhoso. “Planet of Lana” tem a duração de por volta de 5 horas de gameplay, o que torna o jogo leve e de rápida finalização. Na minha opinião, é um título obrigatório.
Steel Assault
por Ulisses ULI Domingues
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 5, Nintendo Switch e PC
| Género | Acção, Plataforma
| Estúdio | Zenovia Interactive
| Publicadora | Tribute Games inc.
| Preço | 14,99€
Confesso-vos que o panorama atual necessita de mais videojogos assim: curtas mas deliciosas e frenéticas aventuras, repletas de cores vibrantes e tons coloridos que apimentam qualquer ecrã. É sem dúvida que os gráficos pixelizados apelam à nostalgia e destacam-no entre os seus congéneres, não fosse ele assemelhar-se a uma proeza perdida dos tempos do Game Boy Advance, mas a sua jogabilidade impiedosa e eletrificante também tem algo que se diga.
É por isso que, apesar de “Steel Assault” ser um side-scroller divertido, com um enredo minúsculo e cliché, emparelhado com uma curta duração (60 minutos) a sua recomendação é um tanto difícil de prestar. Efetuar comparações entre estes valores nunca termina bem, mas a verdade é que “Steel Assault” sabe bem mas a pouco, não obstante o excelente e diversificado level design com uma jogabilidade tão boa cujo único adjetivo encontrado é “crocante”.
Dito isso, sem querer contradizer, “Steel Assault” é um pacote completo e uma excelente experiência, cujas fontes de inspiração são (quase garantidamente) “Castlevania” e “Bionic Commando”. Estas influências refletem-se não só na jogabilidade, mas também na criatividade dos cinco níveis disponíveis, distinguindo-se pela forma como o perigo constante, a cada virar da esquina, envolve o jogador numa corrida até ao final que só termina quando este decide inalar oxigénio.
Ainda assim, um dos elementos que verdadeiramente separa “Steel Assault” dos outros indies é a zipline da personagem principal: uma engenhoca que dispara uma corda com dois ganchos, um em cada extremidade, em oito direções diferentes. Esta mecânica é utilizada pelo jogo dentro sem exceção, recompensando o jogador por implementações inventivas e divertidas, com a totalidade do título estar desenhado para acomodar esta artimanha. É estranho, porque nem sempre parece querer funcionar como é necessário no momento de aflição, mas passado uns belos minutos torna-se quase como uma extensão do próprio corpo.
Fora as opções da praxe num título deste gabarito, como a opção de ligar ou desligar filtros específicos para proporcionar uma experiência mais retro, os diferentes níveis de dificuldade acomodarão jogadores de todas as capacidades. Aqueles que, no entanto, procurem um maior desafio têm disponível Arcade Mode, um modo que aumenta a dificuldade geral, retira checkpoints e proporciona apenas uma vida para terminar a aventura de uma ponta à outra.
É brutal, mas feitas as contas “Steel Assault” é mais uma daquelas cobiçadas aventuras repletas de ação, jogabilidade desafiante e nostalgia, com aquele gostinho arcade na progressão entre níveis e a forma como a narrativa é entregue ao público. A sua curta duração e o preço final podem não agradar a muitos que gostem de quantificar as suas experiências por hora, mas é com certeza um dos side-scrollers mais divertidos em memória recente.
Ui, fiquei com vontade de ir ali ao “Planet of Lana”. E tu? Se perdeste as nossas últimas recomendações, não temas. Recorda a fornada de indies número 31!
Códigos indies foram providenciados pela equipa ID@Xbox.