ID@Dummies – Fornada nº29 de indies

Esta semana contamos com mais dez indies para falar de todos os estilos e feitios, trazidos quase todos pelo João Xabregas. A Soraia tem mais dois para falar. Vamos lá? Temos imensas recomendações hoje!

Avenging Spirit

por João JOHNNY Xabregas

A Ratalaika Games, conhecida por desenvolver jogos indies inspirados nos jogos retros, expandiu-se para a publicação de títulos realmente retro, tal como a versão remasterizada do platformer 2D menos conhecido, “Avenging Spirit”, também conhecido como “Phantasm” no Japão. Neste jogo, assumes o papel de um espírito errante com a capacidade de possuir outras personagens, cada uma com as suas próprias capacidades, incluindo gangsters, ninjas, dragões e robôs. O fantasma tem uma quantidade limitada de energia e deve possuir corpos diferentes para sobreviver. Há seis níveis no total, cada um com um aspecto de verticalidade e três chaves escondidas para encontrar, com múltiplos fins de jogo.

Apesar de ser um jogo com 30 anos, “Avenging Spirit” ainda oferece muito para ser apreciado, incluindo uma variedade de inimigos com diferentes capacidades e características complexas, como o modo arcade, que permite ser jogado com a adição de um segundo jogador. Os gráficos também são notáveis, com uma vibrante arte pixel que ainda hoje se mantém de pé. Podes ainda optar por jogar a versão do jogo em inglês ou a versão original japonesa, seja no modo a solo seja no modo arcade.

“Avenging Spirit” é considerado um dos melhores jogos que a Ratalaika Games já portou para as consolas, pois oferece uma experiência 2D original e divertida, com Achievements fáceis para os interessados. É um jogo que parece fazer parte da história dos videojogos, com uma banda sonora que acrescenta à experiência global. Apesar de ser um título menos conhecido, “Avenging Spirit” é um jogo altamente agradável que ainda hoje vale a pena jogar.

Bright Paw: Definitive Edition

por João JOHNNY Xabregas

“Bright Paw: Definitive Edition” é um jogo de puzzle com um protagonista felino chamado Theo, que está numa missão de descobrir o que aconteceu aos seus donos, Nathaniel e Lauren. O enredo do jogo é uma mistura de mistério de homicídio e thriller de espionagem empresarial, com a acção a decorrer num complexo de laboratório, apresentando corredores estreitos por onde terás que conduzir Theo utilizando várias cartas para decidir o caminho e direcção que ele deve seguir de forma a alcançar a saída do nível. Terás também a tua disposição duas opções de corrigir as tuas decisões, seja ao retroceder uma a um, ou simplesmente fazer um reset completo ao nível em que te encontres.

“Bright Paw: Definitive Edition” tem ainda a adição de um mecanismo tipo ‘onde está o Wally?’ onde terás que identificar e localizar entre dois a três itens no cenário do nível para aprenderes mais sobre a história do jogo. Estes itens acabam também por ser uma espécie de coleccionáveis do jogo, contribuindo não só para o desbloqueio de novas skins para Theo como também para alguns dos Achievements do jogo.

A apresentação do jogo é inteligente e impressionante, muito mais inteligente do que o que se poderia esperar de uma pequena equipa de desenvolvimento. “Bright Paw: Definitive Edition” conta com nove conjuntos de níveis, mais os níveis dos DLCs que acabam por ser mais desafiantes, ao proporem uma série de desafios para pores a tua habilidade de resolução de puzzles a prova. Para todos os amantes de indies que queiram por a prova a sua habilidade de resolução de puzzles, “Bright Paw: Definitive Edition” é sem dúvida um jogo a terem em consideração.

CATAN: Console Edition

por Soraia SUH Lobos

Indies que envolvem mecânicas de jogos de tabuleiro? Que tal um jogo de tabuleiro desta vez disponível na consola para quando o bichinho do tabuleiro morde?

Claro que prefiro lançar dados reais e sentar-me ao lado de amigos numa mesa, no entanto CATAN é um jogo de três jogadores no mínimo, logo nem sempre é possível. Nesta versão para consolas, pude até jogar sozinha, ou com um amigo e outros jogadores online ou AI.

O primeiro detalhe que se destaca e que adorei neste jogo foi o design do tabuleiro, como os dados rolam pelo mapa 3D e como podemos ver os trabalhadores no mapa a recolher os nosso valiosos recursos necessários para ganhar. Os diversos ângulos da câmara e os ambientes são belos e com animações que são vida a este jogo. Embora eu fique muito feliz em jogar sozinha, em especial quando não tenho amigos suficientes cá em casa, obviamente esta edição não substitui a original em jogo de tabuleiro. “Console Edition” é uma adaptação perfeita do jogo, correndo sem problemas, os únicos pontos a apontar é o facto de não existir opções para acelerar jogo e nenhum modo extra de gameplay. Os desenvolvedores fizeram o possível para fazê-lo funcionar tanto para jogar online quanto offline e o resultado é muito satisfatório! Recomendo esta versão a todos os que como eu sofrem as vezes do bicho dos jogos de tabuleiro mas sem jogadores suficiente par se divertirem!

Chameneon

por João JOHNNY Xabregas

Já alguma vez quiseste ter a ideia de como será controlar um camaleão num mundo virtual? Pois bem “Chameneon” é capaz de ser a resposta que procuras. “Chameneon” é um endless runner impressionante e fixe, acessível e relativamente fácil de jogar, contando com 80 níveis divididos em 4 mundos diferentes, todos eles com um tema minimalista num ambiente néon e uma excelente banda sonora EDM. Os níveis são bem desenhados e nítidos, criando uma experiência divertida e agradável. O objectivo é levares a personagem do pequeno lagarto até à linha de chegada, utilizando as suas capacidades de salto para atravessar os obstáculos que te surgem no caminho como fendas, cargas eléctricas e alguns inimigos.

“Chameneon” não é um endless runner convencional, uma vez que o percurso pode contorcer-se de tal forma que a personagem pode estar de cabeça para baixo, de lado e a fazer todo o tipo de ‘loop-the-loops’. O momentum da personagem e a gravidade dos carris desempenham um papel importante na jogabilidade. Podes usar o momentum para passar de um trilho para outro, mudar as cores dos trilhos e até remover obstáculos. As mecânicas de jogo complementam-se, criando uma experiência divertida e desafiante para todos. Existem ainda alguns objectos para colecionar, como disquetes e relâmpagos, que oferecem diferentes desafios ao jogo e aumentam a sua replayabilidade.

“Chameneon” acaba por ser um excelente jogo para os amantes de indies, tem um preço acessível, no entanto, pode ser um desafio para alguns jogadores devido à sua física complicada, que exige alguma prática e habilidade para ser dominada. O jogo pode ser frustrante para aqueles que não têm paciência para repetir níveis ou para memorizar uma sequência de saltos e manobras. No entanto, “Chameneon” é um excelente jogo que oferece uma experiência única e emocionante para aqueles que gostam de endless runners.

Flat Heroes

por João JOHNNY Xabregas

“Flat Heroes” é um jogo de plataformas 2D que se foca na pura jogabilidade e sobrevivência. Apresenta centenas de desafios de plataformas num único ecrã com uma linguagem visual básica, com uma personagem quadrada simples e sem histórias que distraiam. O objectivo do jogo é vencer cada nível e passar ao seguinte, evitando ser atingido enquanto se está encurralado em cada nível, que contém plataformas, obstáculos e inimigos. A curva de dificuldade do jogo é bem equilibrada, introduzindo cada nova ameaça com perícia.

Com a experiência e a apresentação minimalista do jogo, os jogadores aprendem rapidamente a evitar tudo o que persegue o seu quadrado. No entanto, os últimos mundos podem ser extremamente desafiantes, especialmente os combates contra os bosses, que requerem execuções perfeitas ou o recomeço do nível. Apesar do seu elevado nível de dificuldade, “Flat Heroes” oferece uma experiência de jogo sublime, com movimentos ultra-suaves e controlos sensíveis. O jogo inclui vários modos para um máximo de 4 jogadores locais, incluindo variantes competitivas que são divertidas para jogar com os amigos. Se gostas de jogos de plataformas de precisão como Super Meat Boy ou N++, deves experimentar este título de acção cheio de estilo. “Flat Heroes” é um excelente exemplo da indústria de jogos indies, apresentando uma visão refrescante das plataformas clássicas com foco na jogabilidade pura.

Flying Soldiers

por João JOHNNY Xabregas

“Flying Soldiers”, é um jogo de puzzle ao estilo de “Lemmings” que consiste em conduzir soldados com capacetes, que por acaso são periquitos, para um local seguro. Para tal terás de usar ferramentas como barreiras, trampolins e ventoinhas, para ajudar os periquitos a chegar ao seu destino. No entanto, há um limite total de ferramentas que podem ser usadas em cada nível, mas poderás usar qualquer combinação que desejares.

O jogo não inclui propriamente um tutorial, apenas 3 secções de vídeos que apresentam os diferentes tipos de aves que existem no jogo, pelo que terás de descobrir como tudo o resto trabalha sozinho. Tem coleccionáveis sob a forma de medalhas de estrelas, que aumentam a longevidade do jogo e convidam a uma corrida perfeita para cada nível. O título não fornece feedback ao jogador relativamente à física do mesmo ou à localização das medalhas, o que pode tornar-se um pouco frustrante por vezes.

“Flying Soldiers” é um jogo cativante com um tema peculiar, mas não é difícil de jogar. O jogo inclui 45 níveis que podem ser completados em cerca de três horas. É tolerante e permite repetir os níveis facilmente, o que torna-o menos frustrante quando falhas. “Flying Soldiers” será um jogo agradável para os fãs de indies de puzzles que procurem algo simples, mas ao mesmo tempo desafiante.

Iris and the Giant

por Soraia SUH Lobos

Quem me conhece sabe que amo jogos de tabuleiro, e esta aventura de Iris destaca-se dos outros indies em forma de jogo de cartas roguelike pela sua boa história! Neste jogo somos uma miúda, Iris, que luta contra os seus demónios internos num mundo de sonhos que a assombra, e damos uma olhada à sua história e à sua vida. Toda a atmosfera do jogo é super fofa, com visuais únicos e conceitos interessantes para um jogos de cartas, pois sempre que usamos uma carta esta desaparece para sempre. Isto é compensado pelo facto de termos ao longo do jogo várias forma de obter novas cartas e até mesmo várias cópias da mesma, com base na raridade dessa carta. Algumas delas permitem que roubemos cartas dos inimigos, por exemplo, e esta mecânica é que permite diversificarmos a nossa colecção. Em cada nível temos várias decisões, desde a estratégia para derrotar os inimigos a quais derrotar. No que toca a exploração, quais escadas escolher? O caminho principal ou explorar salas secretas ou novos desafios? Este trata-se de um dos indies que oferece uma história comovente, jogabilidade criativa como jogo de cartas e uma experiência visual minimalista mas muito fofa.

Islets

por João JOHNNY Xabregas

“Islets” é um daqueles jogos indies que proporciona uma sensação de alegria e maravilha. Embora inicialmente céptico em relação a outro jogo do estilo metroidvania num mercado lotado, os belos visuais do jogo, a narrativa fantástica e a jogabilidade básica de plataforma fazem dele um sucesso para qualquer amante do género. O protagonista do jogo, Iko, é um pequeno rato com uma espada, cujo objectivo é explorar cinco ilhas, ligá-las e restaurar a unidade do mundo. A jogabilidade faz lembrar Ori, com a possibilidade de andar para a frente e para trás no mapa, encontrar segredos e lutar contra bosses para ganhar novas habilidades. À medida que progrides no jogo, podes melhorar as habilidades de Iko e a nave, aumentando o valor de replayabilidade do jogo.

Os visuais são lindíssimos e o mundo é um lugar caprichoso e bem construído para viver e morrer. “Islets” é um excelente jogo para os recém-chegados ao género metroidvania, com a opção de baixar o nível de dificuldade sem que isso retire prazer à experiência. É óptimo para os fãs de “Hollow Knight”, Ori e jogos indies em geral. Bem concebido, e que proporciona uma experiência imersiva com uma narrativa, jogabilidade e visuais fantásticos. Embora o nível de dificuldade possa ir aumentando ao longo do jogo, nunca é demasiado difícil para o tornar impossível de jogar. “Islets” é um título que certamente muitos vão adorar, com um sorriso na cara, à medida que exploram e ligam as cinco ilhas.

Of Bird and Cage

por João JOHNNY Xabregas

“Of Bird and Cage” combina o conceito de um álbum de música com um thriller orientado por narrativas. Desenvolvido por Capricia Productions, Slipgate Ironworks, e All in! Games, o jogo apresenta estrelas de rock famosas como Ron “Bumblefoot” Thal (ex-Guns N’ Roses), Rob van der Loo (Epica), Ruud Jolie (Within Temptation), Rocky Gray (ex-Evanescence), entre outros, e segue a história de Gitta Barbot, uma personagem que luta contra o vício e a violência na sua vida.

O jogo apresenta muito em termos de mecânica, incluindo exploração, eventos de quicktime, combate e sequências de condução, embora haja alguns aspectos que acabem por não funcionar da melhor forma. Contudo, é visualmente apelativo e a banda sonora é espantosa, o que faz com que valha a pena verificar, especialmente para os fãs de metal. Embora a história não seja muito linear, a originalidade e ambição do jogo fazem dele um projecto que vale a pena no mundo do desenvolvimento de jogos indies.

De um modo geral, apesar de tentar fazer demasiado na sua realização e ter algumas falhas, ainda assim “Of Bird and Cage” consegue alcançar algo brilhante. É um conceito inovador que combina música e jogos de vídeo de uma forma única, e embora possa não ser perfeito, é ainda assim um jogo que merece reconhecimento pela sua ambição e riscos.

Smash Boats Waterlogged Edition

por João JOHNNY Xabregas

“Smash Boats Waterlogged Edition” é um jogo de estilo arcade onde pilotas barcos de brincar através de objectos domésticos cheios de água como uma banheira, uma piscina para crianças, uma arca de brinquedos e um chuveiro, enquanto abalroas barcos inimigos para ganhar estrelas e passar ao nível seguinte. O jogo conta com 16 barcos com habilidades especiais únicas e vários tipos de inimigos diferentes, incluindo barcos com um revólver, garras afiadas e até um laser. Embora existam 10 níveis espalhados por seis áreas diferentes para te manter ocupado durante algumas horas, o jogo não está isento de frustrações, como o facto de por vezes os barcos se virarem de pernas para o ar e assim se ficar momentaneamente como um alvo fácil depois de seres abalroado por algum inimigo.

Apesar de “Smash Boats” ter um ambiente encantador e tolo, não é para todos, especialmente para aqueles que podem achar o humor de casa de banho demasiado grosseiro. No entanto, para quem procura diversão e entretenimento, o jogo oferece muita variedade e emoção. A inclusão dos eventos Mayday, que incluem vários desafios e obstáculos, contribui para a experiência geral do jogo, tornando “Smash Boats Waterlogged Edition” um jogo agradável para quem procura uma experiência de estilo arcade peculiar que não se leva demasiado a sério.

A variedade de barcos e tipos de inimigos do jogo, juntamente com os diferentes desafios e obstáculos apresentados nos eventos Mayday, proporcionam momentos divertidos e envolventes. As poucas frustrações do jogo, como o facto de os barcos virarem de pernas para o ar e ficarem momentaneamente vulneráveis, são insignificantes quando comparadas com o prazer geral que o jogo proporciona. Os fãs de jogos indies certamente irão apreciar o estilo e o humor únicos do jogo.

Bem, parece-me que temos aqui algumas recomendações de indies. Perdeste a última lista? Não temas. Recorda a fornada de indies número 28!

Códigos indies foram providenciados pela equipa ID@Xbox.

By Catarina Ferreira

Artista, idealista, aspirante a concept artist. Apaixonou-se por “Halo”, depois pela Xbox e fundou os 'Xbox PT Dummies'.

ID@Dummies – Fornada nº29 de indies

Esta semana de indies traz-nos várias recomendações, como um novo metroidvania para todos, e ainda a versão de consola de CATAN.

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