Hazel Sky – Review

“Hazel Sky” é o novo indie brasileiro que está a dar que falar. E com razões! Vem do estúdio Coffee Addict Studio e é um misto de tudo aquilo que já se viu no género de aventura.

Este segundo jogo do estúdio, publicado pela taiwanesa Neon Doctrine, recolhe claramente inspirações dentro do género, sendo a mais evidente “Uncharted”. E ainda bem que o faz, pois as sequências de ação são, de facto, bem conseguidas e inteligentes. “Hazel Sky” não se limita a ser um jogo de baixo orçamento resignado, fazendo por chamar a atenção dos jogadores com a sua fórmula.

Toda a aventura começa na utópica cidade de Gideon, contruída no céu, para abrigar uma sociedade controlada por engenheiros. Com regras sociais tão rígidas, não é de admirar que a cidade ganhe uma contaminação pelo conservadorismo e opressão. É nesta lógica que todos os jovens dessa cidade têm de passar por um ritual, se desejam integrar-se nesse sistema. Cada um deles será enviado para ilhas isoladas para solucionar puzzles, mostrar o seu valor e as suas habilidades técnicas.

Shane, o protagonista do jogo, tem nas suas veias a arte e a vontade de fazer música, mas nem mesmo a sua amiga Erin o consegue demover da pressão da família para ignorar essa via.

© Coffee Addict Studio

Porém, se toda esta premissa inicial faz sentido, os flashbacks ao acaso e os diálogos pouco interessantes acabam por não entregar a experiência que poderia ter sido. Ainda que os colecionáveis ajudem, denota-se uma fraca condução do jogador na narrativa, sendo fácil perder-se nesta história simples, que não exigia tantos “malabarismos”.

Ah! Ainda assim, deve referir-se que o jogo é inovador o suficiente para introduzir um final mistério (que não foi o meu), no mínimo surpreendente!

A jogabilidade de “Hazel Sky” é, provavelmente, o ponto menos positivo do jogo. Ainda que reúna características interessantes de outros jogos de referência, os comandos acabam por tornar-se estranhos e, por vezes, irritantes.

As mecânicas de andamento, corrida e outras básicas não apresentam qualquer problema, e aquelas descidas pelas encostas são envolventes, mas depois há as cordas. Pendurar-se em cordas para saltar para dentro de barcos, por exemplo, é um pesadelo, no jogo.

A acrescentar às críticas mais negativas, temos a relativa facilidade dos puzzles (eu achei os de “MADiSON” impossíveis, mas não exageremos) que fazem com que esta curta viagem seja ainda mais rápida do que era previsto. A equipa trouxe mais chatice aos quebra-cabeças do que propriamente dificuldade.

“Hazel Sky” aborda levemente o tema das artes na sua trama, mas no contexto do jogo, no geral, elas estão bem presentes. A nível gráfico o jogo é bonito e, sem dúvida arrojado para o género. Os cenários são charmosos e delicados, e contêm um traço delicioso. Uma variedade gráfica que qualquer título de ação e aventura deve conter.

A par disso, é de realçar a banda sonora original, tranquila e envolvente. Mesmo sendo proibida em Gideon, os vários rádios espalhados pela ilha fazem questão de, intencionalmente, destacar a importância deste recurso. E pode adiantar-se que o próprio jogador vai ter um momento em que poderá tocar a guitarra de Shane…

© Coffee Addict Studio

A acompanhar a tendência da narrativa incompleta, não se pode deixar de destacar o potencial desperdiçado destas personagens. Shane depara-se com um problema que não pediu para ter, e Erin é mistério em quase 100% do tempo. São linhas interessantes para se seguir, que o jogo optou por não desenvolver. Faziam falta, sem dúvida!

Quem sabe, abandonar aquelas sequências temporais ocasionais e explicá-las melhor. Ou até mesmo introduzir perspetivas de outros protagonistas de forma mais detalhada, ao invés de deixar os seus desfechos em aberto como aconteceu, na maioria dos casos.

Ainda assim, com alguns defeitos de salientar, “Hazel Sky” é um jogo bastante interessante e, acima de tudo, completo, com atenção a vários detalhes, que o tornam num dos indies mais surpreendentes do ano!


PRÓS

  • Gráficos extremamente bonitos;
  • Banda sonora original;
  • Sequências de ação bem desenhadas.

CONTRAS

  • Narrativa confusa;
  • Personagens pouco exploradas;
  • Puzzles demasiados simplistas.

| Título | Hazel Sky
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
| Género | Acção, Aventura
| Estúdio | Coffee Addict Studio
| Publicadora | Neon Doctrine
| Preço | 24,99€
Site Oficial

"Impressive, Most Impressive"

“IMPRESSIVE, MOST IMPRESSIVE”

7/10


Código de review foi providenciado pela ID@Xbox
Foi utilizado uma Xbox Series S e TV LG UHD 4K 50” para esta review

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