Do estúdio independente situado em Londres, Dreamnauts Studio, veio o jogo de aventura e ação “Grid Force: Mask of the Goddess”. Nomeado para o Indie Award da Devcom, “Grid Force” conquistou os jogadores apreciadores do género ao destacar-se pela sua originalidade.

A história é introduzida em quadradinhos de banda desenhada utilizando um traço artístico em 2D, e que se desenrola ao longo do jogo em sequências animadas entre níveis, um mecanismo de storytelling raramente visto que traz um frescor ao mesmo e mantém a narrativa cativante, com personagens cheias de personalidade, que nos mantêm interessados em saber o desfecho do jogo.

O enredo começa com Donna a ser reencarnada depois de ter perdido completamente a memória da sua vida anterior. Após um breve tutorial que nos introduz às primeiras mecânicas de jogo, logo se juntam outras três personagens: Pan, Bird e Koniko que nos dizem que Donna é uma campeã escolhida para proteger a sua Deusa, Clea – criadora do mundo de Gora e também das personagens em questão, num mundo infetado pelos Machinae, máquinas corrompidas pelas trevas que amaldiçoaram as restantes Deusas. As quatro companheiras iniciam assim a sua aventura que as levará a enfrentar cada uma dessas Deusas, numa tentativa de impedir a destruição da realidade.

Para um jogo indie, “Grid Force” é notavelmente bem polido. Não apenas os gráficos durante os combates que complementam o tom do jogo com efeitos gráficos e personagens com designs coloridos e uma narrativa fluída com escolhas e decisões que afetam o destino das mesmas, mas também porque explora um aspeto não muito comum dentro do género RPG – na implementação de um sistema de combate em grelha que muda de forma distinta a fluidez e as mecânicas de jogo, nomeadamente como os ataques funcionam, o seu alcance, área de impacto, e afins.

O jogo possuí ainda, no menu, várias informações no que diz respeito aos poderes e relativamente a cada personagem, bem como dos inimigos, o que dá imenso jeito para entender os poderes e personagens mais adequados para os derrotar. A acrescentar a isso, o jogador é equipado com várias personagens que “coleciona” ao longo do caminho.

No total, são 30 personagens, cada uma com os seus ataques característicos e tipologias: terra, luz, trevas, água, fogo e ar. Tipologias essas que correspondem a características das personagens e dependem de melhorias efetuadas no decorrer dos níveis pelo jogador. O sistema de evolução é, no entanto, bastante intuitivo, até mesmo básico e sem dúvida um dos pontos menos positivos do jogo. Não existe muito a acrescentar neste aspeto, é um sistema de pontos que são distribuídos entre as personagens consoante a preferência do jogador à medida que vai completando níveis e localizações no mapa. Não existindo, portanto, a possibilidade de escolher um poder específico para usar, este é automaticamente atribuído consoante a melhoria da personagem em questão.

Com tantas e diversas personagens jogáveis ​​e uma equipa de 4 elementos alternáveis, as combinações de ataques e combos são quase infindáveis, dependendo do tipo de inimigos que nos aparecem pela frente. Cada personagem tem 3 ataques diferentes e vários poderes, para além dos seus próprios ataques especiais! Isto torna as batalhas quase únicas, uma vez que dependem muitas vezes do sentido de estratégia do jogador para escolher as melhores personagens para combater e fazer face à freneticidade dos níveis. Esse é um dos aspetos que também deixa a desejar, uma vez que não existe ainda meio de mudar a dificuldade do jogo e, como tal, pode frustrar alguns jogadores nos níveis mais avançados em que os cenários se vão tornando mais complexos e os inimigos mais fortes. Mas são das poucas coisas que tenho a apontar!

“Grid Force: Mask of the Goddess” supera as expetativas e merece sem dúvida as nomeações e menções que obteve. A demo do jogo está disponível para download nas consolas Xbox e recomendo a experimentarem!

Para os fãs de banda desenhada, ficção científica e de jogos com narrativas envolventes e jogabilidade desafiante, este é daqueles que nos mantém colados ao ecrã, um nível a seguir ao outro.

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Código de review foi providenciado pela GRAVITY GAME ARISE, através do Press Engine
Foi utilizado um PC para esta review