Uma das inimigas da aquisição da Microsoft pela Activision Blizzard parece ter baixado as armas. A Competition and Markets Authority (CMA), responsável por manter possível a competição saudável no Reino Unido, concluiu que não há tantas ameaças nesta compra de quase 70 mil milhões de dólares.
De acordo com o órgão regulador, novas informações terão aliviado as preocupações relativamente ao “suplemento de consolas de jogo” no RU. A CMA afirma, no entanto, que continuam reticentes em relação à forma como o mercado do cloud gaming será afectado.
Isto não significa vitória, mas é sem dúvida uma notícia positiva para todos os que desejam ver este acordo a ir para a frente, inclusive a Microsoft e Activision Blizzard. A CMA lançará um relatório final até dia 26 de Abril de 2023. Mau dia para o Jim Ryan, que apenas quer impedir que esta fusão aconteça.
A CMA recebeu uma quantia significativa de nova informação em resposta às suas conclusões provisórias originais. Tendo considerado esta nova evidência cuidadosamente, juntamente com a ampla gama de informações coletadas antes da emissão dessas conclusões provisórias, o grupo de inquérito da CMA atualizou suas conclusões provisórias e chegou à conclusão provisória de que, em geral, a transação não resultará em uma diminuição substancial de concorrência em relação aos jogos de console no Reino Unido.
Comunicado oficial da Competition and Markets Authority, 24 de Março de 2023
De acordo com o órgão regulador, no início a possibilidade de colocar os jogos da Activision, inclusive Call of Duty, exclusivos nas consolas Xbox era visto como lucrativo. No entanto, nova informação “baseada no comportamento de compra dos jogadores de CoD” indicaria que essa estratégia não faria sentido pois representaria uma perda. Resumindo em termos simples: a CMA concluiu que “não será comercialmente benéfico para a Microsoft tornar CoD exclusivo na Xbox” após a fusão. Isto é precisamente o que a Microsoft sempre defendeu, tendo até mostrado disponibilidade em assegurar a competição o seu compromisso em trazer esta propriedade intelectual ao maior número de dispositivos possíveis, tendo até assinado acordos de 10 anos com a Nintendo, NVIDIA, Ubitus e Boosteroid. Isto daria acesso a um número incrível de 150 milhões de jogadores pelo mundo.
Vale lembrar que recentemente, a Sony sugeriu, em sua defesa, que a Microsoft poderia prejudicar a PlayStation mesmo lançando Call of Duty nas suas consolas e serviços, como forçar uma performance ou qualidade pior; dar prioridade a conteúdo na Xbox; ou tornar os seus jogos disponíveis somente no Xbox Game Pass.
Espera-se que a Comissão Europeia acabe por aprovar a aquisição, embora a FTC esteja a esticar-se, procurando bloquear a aquisição num processo que começou no final do ano passado.
Seja como for, é caso para dizer que o mais certo é a Activision Blizzard King acabar por se juntar à Microsoft.