Houve um grande alvoroço na comunidade e redes sociais na última semana, em grande parte devido aos despedimentos em massa de diversas empresas. Na Microsoft, a 343 Industries, responsável pela propriedade Halo, foi uma das mais afectadas.
Infelizmente, não é caso único. Por vezes as grandes empresas tomam a decisão de dispensar funcionários que consideram que não estão a produzir o necessário. Entre 2020 e 2022, a pandemia viu uma grande procura por computadores, telefones, software e a encomenda de produtos e serviços online. Esta necessidade excepcional levou a que houvesse oportunidade de emprego nas grandes empresas de tecnologia, naturalmente, temporária.
Agora, com o rescaldo pandémico, essa necessidade diminui novamente, sendo que os números deverão começar a regressar ao normal. Sendo assim, grupos como a Google, Amazon e Meta notificaram o despedimento de 12.000, 18.000 e 11.000 empregados. Na Microsoft, a perda foi de 10.000, afectando não só o departamento da Xbox, como também a Bethesda e 343 Industries.
Esta notícia causou preocupação entre os jogadores, especialmente os que anseiam por “Starfield” (Bethesda) e os que temem mais abanos no desenvolvimento e continuação de “Halo Infinite” (343 Industries). Este último título teve um processo criativo atribulado, com trocas constantes de líderes antes e depois do seu lançamento. A grande última mudança seria o afastamento de Bonnie Ross e a entrada de Pierre Hintze, em Setembro de 2022.
Face ao aparato online, sobre se a 343 Industries estaria apta para continuar a trazer o universo de Halo para a mesa (e constantes comentários a sugerir que o franchise passasse para as mãos de outro estúdio), Hintze acabou por colocar os pontos nos is, garantindo que Halo e Master Chief estão para ficar, e que a 343 continuará responsável pela propriedade.
COMUNICADO OFICIAL DA 343 INDUSTRIES
No entanto, a mais recente mudança é a saída de Joseph Staten do estúdio. Staten entrou em 2020 para dar rumo a “Halo Infinite”. Agora que o jogo está (esperemos) encaminhado, uma das figuras mais importantes da história da franquia volta novamente ao departamento Xbox Game Studios Publishing. A constituição da equipa, no entanto, tem dado sempre que falar, também pelos curtos contractos que trazem instabilidade aos projectos.
Quanto aos despedimentos, houve quem questionasse os valores da Microsoft, com uma compra de 69 mil milhões de dólares americanos da Activision Blizzard por aprovar. Há também quem julgue a necessidade de alguém precisar dum salário tão alto, como é o caso de Satya Nadella, actual director executivo da Microsoft. Ano passado, recebeu 54.95 milhões de dólares de compensação, de acordo com Jason Schreier, repórter da Bloomberg.
Caberá a cada um fazer o seu juízo de valor sobre a forma como as empresas e o mundo funcionam. Mas para todos os efeitos, não é caso único e trata-se duma consequência calculada do pós-pandemia.
Numa última nota, peço que perdoem ou ignorem este aparte, sendo dum ponto de vista pessoal: é certo que a 343 Industries precisa de liderança firme, mas o talento está lá. Tal foi-me inclusive dado a lembrar que poucos estúdios têm uma responsabilidade tão grande a reter. Halo não tem só um modo de campanha. Tem multiplayer tanto causal como competitiva, com foco também nos cosméticos, e tem ainda os modos Forge com possibilidade de Custom Games. Quem sabe o que mais teremos pelo futuro se tudo correr certo? Firefight, um modo Battle Royale de que tanto se fala, mais campanha e jogos? Não é tarefa fácil, mas parece que só há um grupo capaz de a assegurar.
Relembramos que Pierre Hintze foi responsável por tornar “Halo: MCC” – um dos piores lançamentos da Xbox – naquilo que é hoje. Resta ver o que o futuro nos reserva.
