A Black Cube Games pode não ser um estúdio famoso, mas de acordo com o que foi possível conferir em “The Tale of Bistun”, isso irá mudar muito em breve.
Você acorda no alto de uma montanha, sem memórias, nem ideia de como foi parar lá. O que fazer num momento como este? Descer a montanha e conversar com uma árvore de romã, óbvio!
Em “The Tale of Bistun”, você é um homem forte cujas memórias desapareceram, mas que consegue achar seu caminho com a ajuda de um pássaro que te levará a uma aventura épica de amor e redescobrimento.
É difícil falar deste jogo sem falar um pouco sobre sua inspiração: um poema épico e trágico do século XII, nomeadamente “Khosrow e Shirin”, escrito pelo poeta perso Nizami Ganjavi. Este é um poema que conta uma história fictícia altamente elaborada sobre o amor do Rei Sasaniano Khosrow II da Armênia e a princesa Shirin, que se torna a rainha da Pérsia. Existem algumas variações em que ela é contada como “Shirin e Farhad”… e chega de história! Mais informações, naquela enciclopédia que já conheces.
Em outras palavras, “The Tale of Bistun” é um jogo altamente focado em sua narrativa. Você é acompanhado por um narrador em cada momento, que complementa e explica um pouco daquilo que ocorre e que não pode ser deixado em entrelinhas. Sei que está a pensar, que isso pode ser cansativo ou entediante, mas acredite: não é.
É interessante notar que isso não se torna entediante principalmente porque este jogo não é muito longo. Temos aqui um título cuja longevidade está na casa das 3 a 5 horas, o que é excelente pelo que ele oferece.
Em termos gráficos, temos um trabalho sólido que não tenta reinventar a roda, mas que faz de maneira muito competente aquilo que se propõe. Temos bonitos cenários e efeitos de luz, além de um ótimo trabalho de texturas, que seguem perfeitamente bem o estilo artístico único do game. Estilo este que é muito agradável aos olhos e muito bem vindo, fugindo um pouco do mainstream e tentando algo muito próprio, que o destaca bem da concorrência.
Há aqui também seu calcanhar de Aquiles. “The Tale of Bistun” não tem nenhuma opção gráfica, nem mesmo de resolução, além de também não ter nenhuma possibilidade de remapeamento de botões no comando ou teclado. É algo sinceramente desconcertante que um jogo não tenha sequer as opções mais básicas, mas é isso o que temos aqui.
Se tratando dos efeitos sonoros, nós temos aqui dois pontos: em primeiro lugar, a narração é excelente. Esse trabalho foi feito de maneira inteligente e competente ao ponto de eu não saber se sem isso o jogo seria realmente apreciável. Em segundo lugar, temos o restante dos efeitos sonoros, que não são ruins, mas simplesmente não conseguem oferecer nada a mais do que o esperado, sem maiores destaques.
O gameplay é simples, e recompensa a exploração do jogador com mais informações sobre a história, como páginas de um diário de um aventureiro desconhecido. Entretanto, é preciso mencionar que há pouca exploração para ser feita, e praticamente tudo pode ser encontrado tranquilamente em 1 jogada sem maiores dificuldades.
Falando em dificuldade, ela é leve. O jogo foi feito para ser terminado apenas com alguns leves desafios e nas suas horas de jogo, é possível contar a quantidade de combates que terá.
Os combates são fáceis, e não é difícil terminar o jogo utilizando apenas o botão de ataque leve e esquiva sem morrer nenhuma vez. Inclusive, em meu teste, morri apenas uma vez no último boss.
“The Tale of Bistun” é um belo jogo. Com sua câmara semi-isométrica e fixa, ele consegue trazer para jogadores casuais e veteranos a oportunidade de testar um novo gênero ou somente apreciar uma excelente história rica em detalhes culturais.
PRÓS
- Focado na excelente história
- Estilo artístico único
CONTRAS
- Gameplay muito simples
- Pouca exploração
- Nada a fazer além do final
- Opções básicas no PC inexistentes
| Título | The Tale Of Bistun
| Plataformas | PC, Xbox Series X|S e Xbox One
| Género | Acção, Aventura, Exploração, Narrativa
| Estúdio | Black Cube Games
| Publicadora | IMGN.PRO
| Preço | 14,99€
Site Oficial
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