Taxi Life: A City Driving Simulator – REVIEW

Jogos e táxis só me lembram de uma coisa… É isso mesmo, Crazy Taxi! Desde que experimentei uma versão para PC nos meus tempos de gaiata, sonhava com uma abordagem mais séria. Imaginem eu, com 10 anos, a ouvir os clientes aos berros comigo porque queria respeitar os sinais de trânsito. Depois usei a possibilidade de poder ser civilizada no “GTA V”, o que nem sempre dava jeito. Sempre fui muito certinha em algumas coisas, e consegui encontrar esse equilíbrio com “Bus Simulator 18”. E parece que só mesmo “Taxi Life” me conseguiu matar a curiosidade. Sem dúvida esta era palpável, não andasse o pessoal mais activo do nosso grupo do WhatsApp a ver-me falar no jogo algumas vezes. Portanto, será este o jogo perfeito para os taxistas fora de série dos títulos mais arcade?

“Taxi Life” em suma é um simulador sim, bastante completo onde passeamos pelas ruas de Barcelona como taxistas, com a possibilidade ainda de comprar mais carros e contractar outros trabalhadores para aumentar a receita.

© Nacon | Autora: Catarina Ferreira

A cidade apresenta um aspecto bastante limpo e agradável à vista: com monumentos e murais que constituem pontos de interesse – e ainda adicionam um tipo diferente de actividade –, edifícios de escritórios e residenciais, restaurantes e outros; providenciando um cenário que além de extenso tem de tudo para nos alimentar a vista quando estamos, por exemplo, à espera num semáforo. Há contentores de reciclagem, scooters estacionadas, árvores, esplanadas, caixas, publicidade e por aí fora.

A vida dos espanhóis aqui também tem as suas rotinas. De dia há bastante mais movimento, especialmente em horas de ponta, e de noite o sossego chega, nomeadamente já pela madrugada. A altura em que escolhemos conduzir, portanto, apresenta mais ou menos desafios que vão afectar a nossa jornada.

Para os que procurarem uma condução pacífica, há sempre a possibilidade de escolher jogar quando a maioria das pessoas dormem; e para os restantes, o sol tudo ilumina, até a confusão e desafios (como transeuntes, outros condutores e até obras ou ruas cortadas). Graças a uma opção de descanso, é possível adiantar no tempo as horas que desejarmos – sendo que neste período não há ganhos nem dos outros trabalhadores da empresa.

© Nacon
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A condução tem os seus desafios, mais pela adaptação de cada jogador ao jogo ou o do jogo ao jogador: há algumas opções úteis para ajustar pormenores como a sensibilidade dos movimentos. Embora tudo isto acabe por depender do carro utilizado, pois cada um tem características específicas.

E é aí que entram ainda as garagens. É possível fazer algumas adições aos vários veículos disponíveis que irão mexer com a performance do carro. Outras são somente estéticas. Não são aspectos que façam diferenças significativas em comparação com simuladores de carros, mas adicionam um toque agradável. Estes pontos servem também para reparar quaisquer danos, que a serem distraídos como eu, ainda gastam dinheiro precioso ao desbarato.

Mas é também importante passar por postos de combustível e máquinas de lavagem automática. O combustível – ou bateria – é um factor a vigiar; e ninguém gosta de ter o carro sujo, certo?

© Nacon | Autora: Catarina Ferreira

Para quem conduz na vida real, isto não é nada de novo: cada máquina tem o seu comportamento, potência, sensibilidade do acelerador e travão, entre outros. “Taxi Life” chega a ser realista de mais. Enquanto que na maioria dos jogos, mesmo simuladores como Forza Motorsport, alternamos entre as mudanças normais e a marcha-atrás de forma bastante automática. Aqui, no entanto, torna-se curiosamente irritante como sou forçada a alternar entre os pedais do acelerador e travão (tendo as mudanças automáticas) de forma bem mais consciente. Tal como quando pego num carro e tenho de manter o pé no travão quando paro num semáforo ou cruzamento, no jogo é igual. Se não mantiver o gatilho esquerdo premido, o carro começa a deslizar para a frente ou para trás consoante a inclinação do piso. O que não está errado ou irrealista de todo, apenas não habitual em qualquer jogo onde se controle um veículo.

O estilo de condução será também próprio de cada jogador, mas aqui os clientes poderão ter algo a dizer, como por exemplo chamar a atenção se estamos a ir depressa demais. Por outro lado há as regras de trânsito a cumprir, que embora até possam ser ignoradas fora de serviço, as multas existem e a polícia circula pela cidade, pronta a notar qualquer infracção. E apesar de facilmente conseguirmos ignorar um vermelho, o dinheiro dá jeito para reparar o carro, colocar combustível, investir noutras viaturas e contratar pessoal.

© Nacon | Autora: Catarina Ferreira

Falando em clientes, diria que torna-se um pouco aborrecido o quanto eles ficam calados, mesmo quando são vários os passageiros na viagem. Por outro lado, quando o fazem, as opções de resposta que aparecem no ecrã implicam comandos que também são usados na condução, o que introduz uma grande margem de erro. Não seria a primeira vez que clico no d-pad para seleccionar o pisca para a esquerda ou direita, no preciso momento em que me aparece um painel rápido de resposta a algo que me perguntaram e cegamente acabo por seleccionar uma delas sem querer. É uma pena, porque estas interacções acabam por ser bastante interessantes seja para quebrar a monotonia, seja porque as nossas reacções e respostas podem reflectir-se depois na classificação da viagem quando esta chega ao fim e recebemos o pagamento. Quanto mais satisfeitos estiverem os clientes, mais gorjeta podemos levar para casa.

Sem os clientes, temos a possibilidade de utilizar o rádio, que tem pouca variedade e acaba por ser dispensável.

© Nacon | Autora: Catarina Ferreira

É um jogo que acaba por não ter nota mais alta por um conjunto de factores menores. As pessoas caminham de forma estranha e parecem por vezes perdidas, o carro tem um arrastamento de imagem na traseira, o mapa beneficiaria de pontos de fast travel, a distância de carregamento de objectos é notoriamente curta. Enfim, são uma série de questões mais ou menos relevantes que acabam por pesar um pouco “Taxi Life” como um todo, tornando-o pouco optimizado. Torna-se evidente que é um jogo que beneficiaria de algum polimento, mesmo após o seu lançamento. Lançou há já alguns meses e estes pontos referidos persistem.

Outra óptima adição a “Taxi Life”, seria um sistema mais presente de sensação de penalização e recompensa. Nisto, vou buscar muito a experiência que tive de “Bus Simulator 18”, em que todo o pisca bem sinalizado ou qualquer pedido específico dum passageiro atendido é notado imediatamente. Infracções de regras de trânsito, ou até sinistralidades são logo penalizadas, aparecendo inclusive valores de multa ou de reparação de estragos. No entanto, em “Taxi Life” essa ausência faz-se notar. Só sabemos de que forma estes pontos positivos e negativos afectam a experiência no final do serviço, e outras apenas quando escolhemos reparar os veículos ao chegar a uma garagem. Não há sequer um valor quantitativo que nos ajude a perceber o que é que nos tira mais pontos à classificação final da viagem, ou o que afectou o nível de paciência daquele cliente em específico.

© Nacon | Autora: Catarina Ferreira

Mas enfim, este é um simulador sólido a um preço acessível (tendo em conta o mercado actual), que ainda oferece muitas horas de jogo, até para os conquistadores – se quiserem somar quilometragem de carreira, ou coleccionar todos os pontos de interesse. Com um ambiente bastante vivo, e ferramentas básicas para gerir uma empresa de táxis, melhor só mesmo experimentando com volante, coisa que não tenho.

Só não sei se a réplica de Barcelona é fiel, nunca lá estive, no entanto, parece-me que a estupidez de alguns condutores possa ser bem realista tendo em conta as pessoas com que já me deparei na estrada…


PRÓS

  • Visuais bonitos;
  • Boa iluminação;
  • Vários elementos dão vida à cidade;
  • Simulador sólido;
  • Mapa grande;
  • Pontos de interesse adicionam outros objectivos.

CONTRAS

  • Não tem fast travel;
  • Um pouco monótono;
  • Pouca optimização;
  • Precisa de melhorias gerais.

| Título | Taxi Life: A City Driving Simulator
| Plataformas | Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC
| Género | Simulação
| Estúdio | Simteract
| Publicadora | Nacon
| Preço | 39,99€
Site Oficial

"Impressive, Most Impressive"

“IMPRESSIVE, MOST IMPRESSIVE”

8/10


Código de review foi providenciado pela Dead Good Media
Foi utilizada uma Xbox Series X e uma TV Samsung 40″ 4K UHD para esta review

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