Monument – Review

“Monument”, num sentido mais laico é uma tentativa de fazer cócegas à nostalgia de gamers mais velhos, ou, usando linguagem mais standard na internet, um boomer shooter. Muito como jogos de outrora, tais como o “DOOM” original de 1993, “Duke Nukem 3D”, “Return to Castle Wolfenstein” entre outros, “Monument” atira-nos para níveis com geometria relativamente simples que temos de explorar para encontrar chaves e abrir portas sequencialmente, até que, abertos caminhos suficientes, conseguimos chegar ao final do mapa. As munições são abundantes, tendo em conta o número limitado de inimigos que enfrentamos, as armas idem (há tantas armas quanto níveis) e a nossa personagem move-se a um ritmo mais acelerado, assim como os jogos já acima referidos.

Cada arma é mais indicada para certo tipo de inimigos. © D-Games | Autor: Vitor Santos

No entanto, assim que começamos, depressa nos apercebemos que há aqui uma falta de primor e de atenção ao detalhe em inúmeros aspectos, muitos dos quais poderiam facilmente ser corrigidos. Os vários itens que apanhamos do chão, tais como munições, vida ou armadura são simples itens estáticos sem qualquer tipo de animação. O que também não existe na morte do jogador, o jogo simplesmente pára e a mensagem “You Died” aparece escarrapachada no ecrã. Do mesmo modo, no momento em que terminamos o último nível, somos transportados para um ecrã, deste vez com texto congratulatório, sem qualquer tipo de transição, muito ao estilo do famoso “Big Rigs” e do seu famoso ecrã de vitória “You’re Winner!”

Adicionalmente, apesar do level design de “Monument” ser aceitável, a ambiência é frequentemente escura, bem mais escura do que os jogos que o inspiraram, e sem qualquer tipo de lanterna torna-se algo irritante navegar em certas zonas. Contrariamente a “DOOM”, que usava as zonas escuras e mal iluminadas de forma mais intencional – eram poucas as zonas assim e as que existiam serviam para desafiar propositadamente o jogador a tentar navegar com pouca visibilidade – aqui parece que as zonas obscurecidas foram simplesmente deixadas ao ocaso sem grande atenção ou importância. A quantidade e variedade de inimigos deixa também a desejar, e acabamos por não usar nem metade das munições que nos são dadas, tornando irrelevantes as estações onde podemos sacrificar alguns pontos de vida para comprar mais balas, e faz com que praticamente não seja necessário qualquer tipo de backpedaling ou strafing para escapar ao perigo, coisa a que nos habituámos em outro jogos do mesmo género.

Caçadeiras são satisfatórias em qualquer jogo. © D-Games | Autor: Vitor Santos

Nos menus, a história é a mesma, apenas existe o mais básico dos básicos em termos de opções gráficas, resolução, VSync e FOV. A presença de opções para alterar os controlos e a sensibilidade do rato já é extraordinária só por si. Apesar de não ter sofrido nenhum crash durante a minha experiência, foi necessária a repetição de um nível devido a uma armadilha deixada inadvertidamente (espero eu) pelos developers, onde através do uso de uma arma de teleporte para apanhar uma caixa de munições, me apercebo que não consigo sair do canto apertado onde me enfiei. O facto de o jogo só manter um único auto-save que é reescrito várias vezes por minuto também não ajuda, pois não pude voltar a um ponto anterior do nível.

A banda sonora acaba por ser um dos poucos pontos positivos aqui. Apesar de se limitar a metal e a solos de guitarra, assenta bem neste tipo de jogo e não é repetitiva e, o que é ajudado sem dúvida pelo facto de este ser bastante curto. No entanto, o tema de fecho foge ao metal em favor de um rock mais leve. Não é propriamente um ponto negativo, mas contrasta de forma estranha com todo o resto da banda sonora.

Os níveis são relativamente simples, mesmo os últimos. © D-Games | Autor: Vitor Santos

No final do dia, “Monument” é um jogo funcional e que correu sem problemas na minha máquina. Apesar de não ser um jogo genuinamente mau, – aliás, é extremamente limitado embora o pouco que existe funcione – também não se consegue distinguir pela positiva em nenhum aspecto. Durante a livestream que fiz do jogo, afirmei que era o equivalente a um jogo de “RPG Maker” mas no género FPS, opinião essa que mantenho (sem ofensa para o motor Unity, claro). Existe uma clara falta de polimento, e há muitos aspectos que podiam ser facilmente melhorados, mesmo que o developer seja só uma pessoa.

Um boomer shooter que certamente passará despercebido mesmo aos fãs do género, devido à abundância de alternativas de qualidade muito superior, como por exemplo “Project Warlock” ou “Ion Fury”. Trata-se de uma experiência completamente medíocre, nem negativa nem positiva. Resultando numa pontuação equivalente.


PRÓS

  • Muito pouco exigente em termos de hardware;
  • Quase gratuito;
  • Funciona a um nível básico;
  • A banda sonora não é má.

CONTRAS

  • Muito curto, bastam 2-3h para concluir a 100%;
  • Pouca atenção ao detalhe;
  • Poucos inimigos relativamente ao tamanho dos níveis.

| Título | Monument
| Plataformas | Nintendo Switch e PC
| Género | Acção, FPS, Retro
| Estúdio | D-Games
| Publicadora | D-Games
| Preço | 1,99€
Site Oficial

REVIEW Face - MELHOREM-MISTO

MELHOREM-M’ISTO

5.0/10


Código de review foi providenciado pela D-Games através do Keymailer
Foi utilizado um PC (Ryzen 3600, 16GB 3200CL16 RAM, RX 5700XT) e um monitor AOC Agon 1440p 144Hz para esta review

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