Neon Blight – Review

O revival dos jogos em pixel art tem gerado pérolas incríveis nos últimos anos. Tivemos o mais do que excelente “Hyper Light Drifter”, o mágico e quase imortal “Terraria”, o divertidíssimo e nostálgico “TMNT” entre muitos outros, mas será que “Neon Blight” é um dos que entrarão no hall da fama dos jogos em pixel art

Veremos.

Em poucas palavras, o que é “Neon Blight”?

“Neon Blight” é um jogo de ação e gerenciamento de loja. Nele, você é Lara, uma ex-policial que recebeu de herança uma loja de armas e precisa fazer o possível para que ela seja lucrativa, enquanto segue sua jornada pessoal pela procura da “arma suprema”. Quem gosta de histórias com temática policial mais adulta vai gostar bastante das discussões que “Neon Blight” tenta levantar. Não se preocupe, este é uma review sem spoilers. 😉

O gameplay é simples, sem mecânicas muito complexas. Corra, atire e esquive usando várias armas diferentes enquanto estiver saindo à caça nas Outer Borders e coloque as armas que coletar à venda num preço não muito acima da média do mercado em Eden.

Mas vamos detalhar isso um pouco:

© Bleeding Tapes
© Bleeding Tapes

Quando saíres em caçada, irás para as Outer Borders, onde estarão os inimigos e bosses. O cenário aqui é dividido em salas, e em cada sala pode haver uns poucos inimigos, um puzzle ou vendedores e NPCs. Cada “sala” no cenário pode ser um caminho na floresta, campos nevados, dentro de laboratórios ou muitos outros.

Os combates pelas armas

Os combates no geral são bem simples, não sendo grandes obstáculos: a quantidade de inimigos não é alta, e a AI é muito simples, não sendo capaz de lidar com o jogador na maior parte do tempo. Basicamente só andam na sua direção e atacam, seja atirando ou corpo-a-corpo, muitas vezes sendo incapazes de contornar objetos no cenário (e ficando presos neles). Poucos são os momentos fora das arenas dos chefes em que sentirás qualquer perigo real, sendo estes os verdadeiros desafios do jogo.

Os bosses são interessantes, com diferentes padrões de movimento e ataques devastadores que lembram bastante alguns shmups da era de ouro dos arcades. Obrigam o jogador a ter um ótimo controle do personagem e reflexos afiados para vencê-los. Sempre se esquive, espere uma abertura e dê alguns tiros: A pressa é a melhor amiga da morte certa.

© Bleeding Tapes
© Bleeding Tapes

Durante sua exploração nas Outer Borders, por vezes encontrará NPCs que lhe darão missões, proporcionando-te um motivo adicional para explorar os locais mais distantes e esquecidos do mapa. Geralmente as recompensas em si não são tão valiosas, entretanto é durante essas missões que encontrará algumas das melhores armas do jogo. 

As armas podem ser conseguidas ao matar inimigos, trocando chaves em máquinas de venda, comprando de vendedores pelas Outer Borders e ao desvendar puzzles. Infelizmente, os bugs fazem disso uma tarefa árdua, pois muitos dos crashes que obtive foram ao pegar armas caídas pelo cenário. Diria que cerca de 30% das vezes que peguei uma arma o jogo simplesmente parou de responder totalmente, finalizando em seguida e isso é alarmante. Cheguei ao ponto de parar de matar inimigos e só correr pelo cenário em direção ao chefe, pois tive medo de matar um inimigo no caminho, pegar uma arma sem querer e travar o jogo no processo. 

O estilo gráfico é carismático, com vários efeitos de luz que ocorrem de maneira simultânea e em vários tons diferentes. O estúdio optou por diversas cores berrantes e saturadas, o que dá bastante vivacidade ao game mesmo nas áreas mais desertas. Entretanto, é possível perceber que mais poderia ter sido feito, principalmente com relação aos humanos do jogo.

O trabalho sonoro é… mínimo, não chegando ao aceitável. Poucos são os sons dos personagens e não são lá muito variados. O que é uma pena pois há muitos personagens e armas criativas para utilizar. A trilha sonora é tão simples quanto: Há pouquíssimas músicas e elas só ocorrem quando se enfrenta um boss ou quando estiver em Eden. Ou seja, na maior parte do tempo, enquanto estiver explorando as Outer Borders, tudo que escutará será o som dos próprios passos e o ocasional som dos tiros.

Em Eden há pouco o que se fazer. Há o posto médico, onde se recupera a saúde perdida, uma loja de plantas, outra de decoração, um local para melhoria humana (função desabilitada de acordo com os desenvolvedores) e uma boate. Apesar de pouco a se fazer, nem aqui os bugs irão te deixar em paz, então salve a cada ação feita com sucesso. Me agradeça depois.

O gerenciamento da loja 

Como já dito é preciso sair para as Outer Borders, matar inimigos, coletar suas armas e colocá-las a venda. Um processo penoso devido aos bugs, entretanto vender não é difícil. Em sua loja você tem 4 vitrines (que podem ser aumentadas depois) para vender suas armas. Depois de colocar e abrir sua loja, os clientes entrarão e… eventualmente venderá todo seu estoque. Há ainda um controle de inventário, lucros, score geral da loja e outros pormenores que adicionam um toque maior de gerenciamento, entretanto tudo é muito simples e o jogo engrandeceria bastante caso esse aspeto fosse minimamente mais profundo. 

© Bleeding Tapes
© Bleeding Tapes

Com o passar do tempo, poderá melhorar sua loja com decorações que podem ser compradas na loja de sua amiga Tanesha, Neon Stop. O estoque da loja muda com o passar do tempo, então é bom sempre passar lá antes de sair para as missões para ver se tem algo único.

Há outros aspetos que surgem com a história, como clientes com exigências e missões, itens que alteram o funcionamento do jogo (diminuindo a velocidade das balas dos inimigos, adicionando explosão às suas armas, etc), entretanto o aspecto mais notável deste jogo são os BUGS:

Ficar preso no cenário? Claro! Mudar de sala e não conseguir mais se movimentar? Sim. Pegar um ítem no chão e o jogo crashar? A todo momento.

Entre um crash aqui e outro ali, eu provavelmente fiquei mais tempo entrando no jogo do que propriamente jogando. Infelizmente não fui capaz de chegar ao final: eram tantos os crashes que certo momento fiquei preso em uma missão, pois simplesmente qualquer item que eu tocasse crashava o jogo. Tentei a mesma missão por caminhos diferentes mais de 20 vezes seguidas somente para, quando próximo de meu objetivo, o jogo novamente parasse de funcionar e me obrigasse novamente a fazer todo o caminho mais uma vez. É importante notar que estes bugs têm acontecido com um pequeno grupo de pessoas, e sei que há jogadores que os experimentam poucas vezes, entretanto preciso levar em conta a minha experiência e infelizmente foi assim que aconteceu.

Infelizmente, “Neon Blight” não está como deveria em seu estado atual. Há no entanto, de acordo com o roadmap de desenvolvimento, várias melhorias programadas para bem próximo: AI melhorada, correções de bugs diversos e melhoria na colisão são alguns exemplos do que o estúdio “Bleeding Tapes” planeja. Eu sinceramente espero que cumpra tudo, pois “Neon Blight” tem um enorme potencial, só precisa de mais tempo de desenvolvimento para atingi-lo.

“Neon Blight” está disponível no Steam e na Epic Game Store.


PRÓS

  • História sólida e interessante
  • Jogabilidade ágil e divertida
  • Centenas de armas para usar e vender!

CONTRAS

  • Bugs, bugs e bugs
  • Gerenciamento de loja simplório
  • Trilha sonora quase inexistente

| Título | Neon Blight
| Plataformas | PC
| Género | Top-Down Shooter
| Estúdio | Bleeding Tapes
| Publicadora | Freedom Games
| Preço | 19,99€
Site Oficial

REVIEW Face - Esquece

ESQUECE

6/10


Código de review foi providenciado pela Freedom Games através da Stride PR
Foi utilizado um PC e TV Hisense QLED 4K para esta review

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