A Lisboa Games Week está aí, começou esta quinta-feira e estende-se até domingo, dia 20 de Novembro. Poderão ver muitos indies no evento, em espaços como PlayStation Talents, Loading Zone e, quem sabe se pelo stand do PC Game Pass? Talvez alguns dos títulos feitos por portugueses, como “Diana’s Lyre” (Explode Toad Studios), “Entrudo” (Twinkle Frog Studios), “Trivela” (Loading Studios) ou “Lousã: My Father once told me” (Rio Studios) um dia chegarão à Xbox e a uma destas nossas listas habituais?
Fica o conselho, para visitarem os novos indies de novos talentos no evento, enquanto vos deixamos sempre aqui a nossa rúbrica semanal com títulos ID@Xbox.
7 Days of Rose
por Soraia Lobos
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC
| Género | Aventura, Romance Visual
| Estúdio | Cross Game Studio
| Publicadora | Ratalaika Games S.L.
| Preço | 4,99€
Site Oficial
Mais um dos famosos indies do género romance visual de curta duração, será que este se destaca de algum dos anteriores proporcionado pelos ID@Xbox? A resposta é sim!
A história é misteriosa o suficiente para captar a nossa atenção e, no que toca a arte e música, estas são muito boas, clássicas do género. Nesta aventura, somos Michael um miúdo de 17 anos com as hormonas aos saltos. Embora a maioria dos seus amigos tenha descoberto as suas paixões e talentos, nada parece atrair o interesse do nosso protagonista e eis que este encontra Rose numa viagem especial em família. A idade é a única característica do jogo que desejei que fosse diferente. A meu ver, o personagem principal deveria ter 18 ou acima. A magia desta narrativa acontece durante uma semana passada numa ilha tropical!
Rose é uma rapariga misteriosa e, embeiçado por ela, eles passam sete dias juntos… Mas nem tudo é o que parece e, sem dar spoilers, é isto que distingue “7 Days Of Rose” dos restante indies do género, sendo portanto um jogo a recomendar apesar de curto. O valor pago vale a pena para os fãs do género.
C.A.R.L.
por Catarina Ferreira
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
| Género | Acção, Plataforma
| Estúdio | Andrew Kenady, Morningstar Game Studio
| Publicadora | Andrew Kenady
| Preço | 14,99€
Site Oficial
Quem me conhece, sabe que gosto de jogos de plataformas, por isso quando vêm indies destes na lista dos ID@Xbox, abro sempre logo a pestana. Mas mesmo neste género há imensa variedade. Alguns marcam mais que outros.
“C.A.R.L.” tem um estilo um pouco retro, supostamente inspirado em diversos títulos, entre eles “Jazz Jackrabbit”. (Só menciono isto porque o meu coração esquenta um pouco de cada vez que alguém menciona este jogo. Fez parte da minha infância e adoraria ver um regresso!) O jogo da Morningstar Game Studio certamente diverte e não passa por uma experiência aborrecida ou feita à pressa. Há vários níveis para percorrer, disponíveis através dum hub principal onde podemos desbloquear upgrades e outras coisas.
Infelizmente, ou este jogo é difícil (o que duvido), ou ando numa fase de nabice, porque só o primeiro boss parece ser extremamente difícil de combater com tão poucas possibilidades e poder de fogo. É difícil dizer-vos se devem ou não experimentar, mas vou dar o benefício da dúvida e assumir que a culpa é somente minha e outra pessoa deveria ter pegado nisto.
RUNOUT
por Catarina Ferreira
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e Nintendo Switch
| Género | Acção, Plataforma
| Estúdio | SergioPoverony & Nick Urs
| Publicadora | Ratalaika Games S.L.
| Preço | 4,99€
Site Oficial
Ainda no género plataformas há sempre espaço para inovar e “RUNOUT” até consegue isso, mas a experiência teve para mim um impacto bem mais negativo. Este jogo não se trata somente de saltar, eliminar inimigos e chegar ao portal final. O jogo que nos transporta a um estilo cyberpunk tem visuais engraçados e parece cativar no geral, mas a mecânica introduzida é o que, a meu ver, tira algo da jogabilidade em vez de adicionar.
O protagonista está constantemente em movimento. Só podemos contar com comandos ou as próprias paredes para mudar de direcção uma vez que não dá para parar. O que talvez pudesse parecer uma ideia criativa, na sua prática, torna a jogabilidade frustrante e stressante, dado que temos de estar constantemente a ver para onde vai o nosso personagem. As armadilhas e buracos estão em todo o lado, e em vez de desfrutar deste cenário futurista, dou por mim em constante preocupação para não levar dano ou cair no abismo.
A Ratalaika Games por vezes traz-nos indies diferentes e interessantes, mas, como quase todos os seus lançamentos, não é preciso jogar muito para desbloquear Achievements. Continuam a não incitar os jogadores a continuar (a não ser que gostem mesmo do jogo!). A mim não custa, dado que mais depressa me livrei do jogo e apaguei da consola…
Super Perils Of Baking
por Zé Consciência
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
| Género | Aventura, Plataformas
| Estúdio | Lillymo Games
| Publicadora | Lillymo Games
| Preço | 9,99€
Site Oficial
Originalmente “Perils Of Baking” era um jogo com aspeto rudimentar, lançado em 2018 para a PlayStation 4 e PlayStation Vita. Quatro anos depois, a equipa da Lillymo Games acordou numa reunião que são capazes de fazer melhor. E assim fizeram!
“Super Perils Of Baking” é um remake da sua estreia no mundo dos videojogos, uma aventura de plataformas com um aspeto nostálgico (para quem nasceu nas décadas de 1980 e 1990) e retrógrado para quem nasceu depois de 2000. O desafio é equilibrado, com mecânicas e desafios muito familiares e balanceados. Facilmente aprendemos o que o jogo pretende de nós e, para os nostálgicos, facilmente associamos cada inimigo ou poder a um videojogo da nossa infância. Todo o universo do jogo gira em torno dos bolinhos, já que a nossa personagem é um pasteleiro.
No entanto, o departamento musical devia ter tido mais inspiração para as suas composições. As músicas são terrivelmente simples e, muitas vezes dissonantes.
Apesar da nostalgia vender bem, nota-se que este foi o seu primeiro jogo. Há muita imitação e pouca inovação. Este problema poderia ser contornado com uma sequela e não um remake. Não nos podemos estagnar, mesmo que a camisola de hoje seja mais bonita de ser que a de ontem. Foi divertido apenas por ser familiar. Mas no final da aventura pasteleira, senti vontade de voltar aos jogos que jogo desde há mais de 30 anos. E este falta-lhe esse ingrediente especial, o de nos chamar de volta. E uma música mais apelativa ajudaria, também.
ValiDate: Struggling Singles in your Area
por Soraia Lobos
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC
| Género | Aventura, Romance Visual, RPG, Simulador
| Estúdio | Veritable Joy Studios
| Publicadora | Veritable Joy Studios
| Preço | 14,99€
Site Oficial
Chega-nos mais um dos indies Xbox, desta vez um simulador de encontros amorosos. Começando pela parte visual: esta ficou a desejar. A arte por vezes parecia ter sido feita por diferentes artistas de estilos diferentes sendo um pouco confuso por vezes. No que toca à escrita, em especial sendo este um simulador de namoro, precisava ser atraente para o público geral, não apenas para um grupo. Muitas piadas e detalhes acabaram por ser demasiado específicos e até antiquados.
A própria história tem partes que parecem ter sido escritas por pessoas diferentes, como se cada escritor tivesse tido uma ideia diferente das personalidades dos personagens. É como se não houvesse comunicação real entre os escritores durante o desenvolvimento do jogo. Tal não é critico mas algo a ter em consideração. No final apenas duas personagens tiveram uma personalidade e história mais autêntica e que conseguiram captar a minha atenção.
Os desenvolvedores decidiram fazer algo diferente e novo, para pessoas que estão em grupos específicos, para a comunidade negra e LGBT, que a indústria de jogos normalmente ignora, pelo que algum conteúdo acaba por cair ao lado e não conseguimos sentir tanta conexão. A iniciativa dos desenvolvedores é algo admirável pelo que eu recomendaria o “ValiDate” pela sua diversidade de personagens e história com tópicos que abordam as dificuldades destas comunidades.
Admito que mal vi “Validate”, este se destacou dos outros indies. A promessa de que as escolhas dos jogadores afectariam os nossos romances, das diversas personagens, deu-me logo vontade de experimentar. No entanto, esta vontade morreu na praia. Nenhum romance chegou a dar aquela sensação de mergulho no mar num dia quente, mas sim uma água morna que apenas quem faz parte dos grupos mencionados sentirá vontade de repetir.
São estes os títulos da semana. Não te esqueças de ver a fornada de indies número 17 da semana passada, se te escapou! Vemo-nos em breve.