BROK the InvestiGator – Review

“BROK the InvestiGator” é descrito pelo próprio developer, COWCAT, como sendo um punch & click, pois trata-se de uma inovadora abordagem aos tradicionais jogos de aventura de point and click onde lhe foram adicionados elementos de beat ‘em up e um pouco de RPG. O jogo tem como premissa envolver o jogador em aventura e mistério, e conta ainda com um estilo artístico que faz lembrar algumas das séries de desenhos animados dos anos 90, em especial algumas das clássicas séries da Disney.

Em “BROK the InvestiGator” vestimos a pele de um jacaré detective que tenta investigar e desvendar um mistério num mundo pós-apocalíptico onde os humanos foram substituídos por animais e robôs. O ar do mundo encontra-se horrivelmente poluído e existe uma divisão onde os ricos e privilegiados, denominados de Drumers, vivem dentro de uma cúpula que os protege da poluição e tem acesso aos mais variados luxos, enquanto os mais pobres e desfavorecidos, intitulados de Slumers, se veem obrigados a viver no exterior dessa cúpula e a lutar pela sua sobrevivência.

BROK the InvestiGator
© COWCAT

Logo desde início, “BROK the InvestiGator” oferece “dois modos” de jogo, um relativo à História do jogo, e o outro um modo de Lutas Rápidas. O modo de lutas rápidas é basicamente uma homenagem ao velho estilo beat ‘em up onde poderás combater hordas intermináveis de inimigos e ver o quanto tempo consegues aguantar vivo. Pode-se tornar um pouco “viciante” caso tenhas como objectivo pôr-te a prova e tentar bater qualquer pontuação anterior que tenhas alcançado.

No que toca ao modo História, terás de certa forma a opção de abordar o jogo de duas formas diferentes consoante a dificuldade que escolhas. Quer seja uma abordagem sobre a forma pura de um tradicional jogo de point and click, caso escolhas a opção de dificuldade mais fácil, quer seja a verdadeira forma de punch & click, onde terás adicionado os elementos de beat ‘em up e RPG ao tradicional point and click ao escolheres qualquer uma das opções restantes. Um pequeno conselho:, se optarem pela dificuldade mais alta é extremamente recomendado o uso de um comando, que acaba também por ser uma boa opção para qualquer uma das outras opções de dificuldade.

BROK the InvestiGator
© COWCAT

A introdução ao jogo acaba por ser um pouco intensa, a nossa personagem principal, Brok, encontra-se numa divisão a arder, não fazendo a mínima ideia do que aconteceu. No entanto, ouve a sua mulher Lia a gritar, e logo desde aí teremos a introdução as mecânicas de investigação do jogo de forma a acharmos uma forma de sair e ir em seu socorro. Ao chegar junto de Lia, Brok vê que ela está presa debaixo de alguns escombros e apesar dos seus esforços não a consegue libertar. Enquanto tudo isso se passa, ela não pára de dizer que a culpa de tudo é de Brok e que nunca o perdoará pelo que aconteceu. É então que Brok acorda do seu terrível pesadelo e se torna evidente que o mesmo se sente culpado e responsável por tudo o que aconteceu.

Após a sequência inicial somos apresentados a Graff, o filho de Lia, do qual Brok é padrasto e que tem tomado conta nos últimos 5 anos desde a morte de Lia, e a relação entre ambos é ténue apesar de todos os esforços de Brok para que as coisas resultem. É também aqui que se inicia o primeiro dos capítulos da história do jogo, onde Brok é chamado para auxiliar um policia, chamado Sin, a recuperar algo que perdeu enquanto efectuava uma das suas patrulhas no Beco #12, que se situa nada mais nada menos do que dentro da tal cúpula onde vivem os Drumers. E um dos problemas que Brok tem que enfrentar desde o início é arranjar forma de entrar dentro da cúpula pois. visto que ele pertence a classe baixa dos Slumers, não tem propriamente autorização para entrar.

BROK the InvestiGator
© COWCAT

Durante a tua aventura na pele de Brok, viajarás por diferentes áreas do mapa, que vão sendo desbloqueadas conforme se vai progredindo, assim como irás encontrar alguns combates, no caso de teres optado pelas dificuldades que incluem combates. Para restabeleceres a vida da tua personagem terás de comer certos alimentos como hambúrgueres ou uma fruta chamada de Pampalos. Outro tipo de consumíveis que irás encontrar serão bebidas energéticas que garantem a Brok um aumento da sua força durante 30 segundos, o que as faz serem úteis contra lutas com vários inimigos ou em lutas contra alguns dos bosses que poderás encontrar.

Cada área de jogo tem também 3 segredos escondidos e que tem a forma de um código QR, aos quais Brok chama de “Ads”, e tem a particularidade de poderem ser utilizados como forma de obter dicas quando te sentes mais perdido no que precisas de fazer para progredir com a tua aventura.

Algo que por vezes costuma ser um pouco frustrante nos jogos de point and click deste género é o facto de se ter que andar sempre a revisitar as mesmas áreas e muitas das vezes interagir com as mesmas personagens de forma a obter informações para úteis para se avançar. No entanto, em “BROK the InvestiGator”, e algo que o faz demarcar-se até mesmo entre alguns dos jogos de maior renome, é o facto de contar com um elenco em termos de representações vocais bastante amplo. Cada personagem tem a sua própria voz, o que torna bastante mais agradável toda essa parte de andar para trás e para a frente e voltar a falar com as mesmas personagens, já que cada uma acaba por ter a sua própria “personalidade” o que faz com que tudo se torna menos monótono e mais interactivo.

BROK the InvestiGator
© COWCAT

Além do seu trabalho diário como detective – e porque a vida de detective não paga assim tanto quando os seus clientes acabam por pertencer a classe dos Slumers, o que significa que tem pouco dinheiro – Brok tem uma espécie de trabalho secundário como lutador numa arena de realidade virtual onde luta quase todas as noites, de forma a ganhar uns trocos extras. Esses combates acabam por relembrar bastante os antigos jogos de beat ‘em up como Double Dragon e outros desse género.

No início, a história de “BROK the InvestiGator” pode parecer um pouco lenta e complicada de se apanhar, especialmente quando comparada aos primeiros minutos do jogo, a parte do pesadelo de Brok, uma vez que depois disso o jogo parece abrandar bastante. No entanto, isso acaba por ser algo vantajoso, uma vez que existe uma considerável quantidade de coisas para aprender, assim como certos elementos da história terem que acontecer de forma a que possas ir avançando nas tuas investigações.

Após o primeiro capítulo, terás a hipótese de jogar com outra personagem, que se trata nada mais nada menos que Graff, o filho adoptivo de Brok. Graff tem como sonho tirar o seu diploma no Consciousness Centre, que se trata da instituição escolar no mundo onde toda a história do jogo se desenrola, e de se tornar um Drumer de forma a poder viver dentro da cúpula, assim como ter um bom emprego. É a partir daqui que o próprio jogo e a sua história começam a ganhar momentum. Enquanto vais progredindo na história irás compreender mais sobre a personagem principal Brok e que o fez tornar-se um detective, assim como Graff e a relação entre os dois, que é afectada pelas decisões que vais tomando durante o jogo. Dependendo das escolhas que fores fazendo ao longo do jogo, irás ter uma variedade de finais diferentes para desbloquear.

BROK the InvestiGator
© COWCAT

“BROK the InvestiGator” acaba por ser um excelente jogo de aventura no estilo point and click, com uma interessante integração dos mecanismos de beat ‘em up e um pouco de RPG à mistura. Conta ainda com uma profunda e complexa história, que com o seu desenrolar vais descobrindo os motivos de cada uma e o que as leva a fazerem o que fazem. O jogo toca ainda em elementos políticos e económicos, que apesar da sua abordagem cartoonista em termos de aspecto visual, acaba por ser mais séria do que se esperaria de um jogo como este, especialmente quando temos as suas personagens a serem uma panóplia de animais num mundo pós-apocalíptico cheio de robôs, os quais acabam por desempenhar o papel das forças de autoridade.

Se jogos de point and click com um estilo artístico único, uma grande história, e desafios de puzzles e mini-jogos que te fazem puxar pela cabeça é o tipo de jogos que te chamam a atenção, então “BROK the InvestiGator” é certamente um título que não vais querer deixar de jogar e de adicionar a tua colecção.


PRÓS

  • Uma inovadora abordagem ao género de point and click;
  • Diversos, desafiantes e divertidos puzzles e mini-jogos;
  • Incrível estética inspirada nos desenhos animados dos anos 90;
  • Narrativa envolvente num contexto futurista apocalíptico e curioso;
  • Sistema de escolha de acções e decisões que afectam a possibilidade de vários finais narrativos dando-lhe assim um bom sentido de ser jogado várias vezes;
  • Excelente representação a nível de vozes.

CONTRAS

  • Os controlos podem sentir-se um pouco irregulares sem o uso de um comando;
  • Ausência de um sistema de log para rever os eventos da história;
  • Algumas sequências arrastam-se um pouco.

| Título | BROK the InvestiGator
| Plataformas | Xbox Series X|S, Xbox One, Switch, PS5, PS4 e PC
| Género | Acção, Aventura, Puzzle, RPG, Point and click
| Estúdio | COWCAT
| Publicadora | COWCAT
| Preço | 19,99€
Site Oficial

REVIEW Face - A NÃO PERDER

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9/10


Código de review foi providenciado pela COWCAT
Foi utilizado um PC para esta review

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