A Federal Trade Commission (FTC) sempre vai tentar bloquear a compra da Activision Blizzard King (ABK) por parte da Microsoft. A empresa responsável por franchises como Call of Duty, Diablo e World of Warcraft poderá um dia fazer parte da equipa Xbox, mas não sem antes a fusão ser aprovada por diversos órgãos reguladores.
A compra de quase 69 mil milhões de dólares será a maior de sempre na indústria gaming, e a polémica continua entre a Sony e Microsoft, com diversas entidades a decidir o destino da ABK. Apesar dos avisos do Presidente da Microsoft, Brad Smith, a FTC sempre irá colocar um processo em cima da empresa americana.
As preocupações da Federal Trade Commission resumem-se aos receios de que os futuros jogos da Activision Blizzard passem a ser exclusivos Xbox. O exemplo da ZeniMax, empresa parente da Bethesda Softworks, é usado aqui, com a menção de “Starfield” e “Redfall”. Em causa estariam as promessas feitas pela Microsoft a autoridades europeias, sobre a não exclusividade de títulos na altura em que esta aquisição estava a ser analisada.
A Microsoft já mostrou que pode e irá reter conteúdo dos seus rivais de jogos. Hoje procuramos impedir a Microsoft de ganhar controlo dum importante estúdio de jogos independente e usá-lo para prejudicar a competição em vários mercados de jogos dinâmicos e em rápido crescimento.
Holly Vedova, Directora do Bureau de Concorrência da FTC
O termo exclusivo na Xbox, no entanto, há muito que se diferencia do da Sony, por exemplo. Os jogos Xbox podem ser experienciados em diversas plataformas: Xbox One e/ou Xbox Series X|S, Windows 10, e ainda Android, iOS, TVs Samsung 2021/22 através do Xbox Game Pass e cloud gaming.
A ABK é responsável por diversas propriedades intelectuais bastante populares, como Call of Duty, Diablo, Overwatch, World of Warcraft e Candy Crash Saga. Apesar dos esforços da Microsoft em garantir as entidades reguladoras que os jogadores terão diversas opções para jogar os seus títulos, tendo inclusive se comprometido a trazer CoD à Nintendo Switch, as preocupações da Sony têm chegado a alguns órgãos pelo mundo. Estes apontam a facilidade que a Microsoft teria em alterar preços e diminuir qualidade nas consolas rivais para seu próprio benefício, ou tirar conteúdo por inteiro.
Diversas empresas e individuais já se expressaram face a esta decisão. Brad Smith afirmou ao The Verge que prezam pela paz, e que têm “confiança completa” no seu caso, convidando ainda a oportunidade de apresentá-lo ao tribunal. Bobby Kotick, CEO da ABK, mandou uma carta por e-mail aos trabalhadores, reforçando a sua confiança na aquisição pela quantidade de factos e provas que deverão desacreditar estas preocupações quando analisadas por um juiz.
A Microsoft ofereceu um acordo de 10 anos para que novos jogos Call of Duty lançassem nas plataformas da Sony, sem ter qualquer resposta desta. A mesma oferta foi feita à Nintendo e Valve. A discussão continua acesa e pública, acabando por gerar falatório entre todos os membros da comunidade gaming mundial, desde CEOs das maiores empresas, a devs e jogadores.
A Federal Trade Commission é uma entidade dos Estados-Unidos da América que visa promover a competição e proteger os consumidores, garantindo que as leis são cumpridas.